A Cabeça Bem-Feita
Edgar
Morin traz nos textos, do seu livro a Cabeça Bem Feita, entre outras, a
discussão acerca da fragmentação da nossa inteligência, e da fragmentação do
conhecimento no ensino básico e o prejuízo que essa separação causa em nós.
Essa fragmentação impede as pessoas de desenvolverem uma visão ampla sobre o
mundo. Nossa inteligência tem uma capacidade estratégica de fragmentar o
conhecimento e a informação que adquirimos ao longo da vida o que, de certa
forma, prejudica no desenvolvimento da nossa inteligência geral. Separar o
conhecimento e as informações que adquirimos, é limitar a nossa capacidade de
reflexão, discussão e argumentação. É o que ocorre, também, na educação básica,
os conteúdos são separados em disciplinas - matemática, física, português, história
– e o conhecimento é dividido em áreas - ciências humanas, ciências extas,
ciências da natureza – o que impede a interação do aluno com os assuntos e com
o conhecimento.
“Efetivamente,
a inteligência que só sabe separar, fragmenta o complexo do mundo em pedaços
separados, fraciona os problemas, unidimensionaliza o multidimensional. Atrofia
as possibilidades de compreensão e de reflexão, eliminando assim as
oportunidades de um julgamento corretivo ou de uma visão a longo prazo.”
(MORIN,
Edgar, p.14)
Para
resolver esse problema, Edgar Morin, propõe uma reforma do ensino, de forma que
o aluno estabeleça contato com todas essas disciplinas de forma integrada no
conhecimento, que é interdisciplinar. Não é simplesmente junta-las, e
estuda-las como um todo, e sim conhecer as fronteiras de cada uma, transforma-las,
e obter uma ligação entre elas (as disciplinas). Mas, Edgar Morin, afirma: “A reforma do ensino deve levar a reforma do
pensamento, e a reforma do pensamento deve levar á reforma do ensino.” Isto
quer dizer que tem que haver uma reciprocidade, para se reformular o ensino é
necessário haver, em igual proporção, a reforma do pensamento e vice versa. E
no caso de começar reformulando o ensino, seria ideal transformar os princípios
organizadores do conhecimento, transformar o que gera as fronteiras entre as
disciplinas e integra-las na educação básica de forma que, o aluno aprenda a
interagir o conhecimento com a vida, usando a informação adquirida em algo
produtivo tanto para a inteligência geral dele, quanto para a educação de todos
ao redor dele.
Com
a transformação das fronteiras entre as disciplinas, o aluno começa a trabalhar
a sua inteligência geral, e com isso ele de deixa de fracionar os problemas e
produzem mais possibilidades de tratar, de várias formas, esses problemas.