quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A Cabeça Bem-Feita

Edgar Morin traz nos textos, do seu livro a Cabeça Bem Feita, entre outras, a discussão acerca da fragmentação da nossa inteligência, e da fragmentação do conhecimento no ensino básico e o prejuízo que essa separação causa em nós. Essa fragmentação impede as pessoas de desenvolverem uma visão ampla sobre o mundo. Nossa inteligência tem uma capacidade estratégica de fragmentar o conhecimento e a informação que adquirimos ao longo da vida o que, de certa forma, prejudica no desenvolvimento da nossa inteligência geral. Separar o conhecimento e as informações que adquirimos, é limitar a nossa capacidade de reflexão, discussão e argumentação. É o que ocorre, também, na educação básica, os conteúdos são separados em disciplinas - matemática, física, português, história – e o conhecimento é dividido em áreas - ciências humanas, ciências extas, ciências da natureza – o que impede a interação do aluno com os assuntos e com o conhecimento.

“Efetivamente, a inteligência que só sabe separar, fragmenta o complexo do mundo em pedaços separados, fraciona os problemas, unidimensionaliza o multidimensional. Atrofia as possibilidades de compreensão e de reflexão, eliminando assim as oportunidades de um julgamento corretivo ou de uma visão a longo prazo.”
(MORIN, Edgar, p.14)

Para resolver esse problema, Edgar Morin, propõe uma reforma do ensino, de forma que o aluno estabeleça contato com todas essas disciplinas de forma integrada no conhecimento, que é interdisciplinar. Não é simplesmente junta-las, e estuda-las como um todo, e sim conhecer as fronteiras de cada uma, transforma-las, e obter uma ligação entre elas (as disciplinas). Mas, Edgar Morin, afirma: “A reforma do ensino deve levar a reforma do pensamento, e a reforma do pensamento deve levar á reforma do ensino.” Isto quer dizer que tem que haver uma reciprocidade, para se reformular o ensino é necessário haver, em igual proporção, a reforma do pensamento e vice versa. E no caso de começar reformulando o ensino, seria ideal transformar os princípios organizadores do conhecimento, transformar o que gera as fronteiras entre as disciplinas e integra-las na educação básica de forma que, o aluno aprenda a interagir o conhecimento com a vida, usando a informação adquirida em algo produtivo tanto para a inteligência geral dele, quanto para a educação de todos ao redor dele.
Com a transformação das fronteiras entre as disciplinas, o aluno começa a trabalhar a sua inteligência geral, e com isso ele de deixa de fracionar os problemas e produzem mais possibilidades de tratar, de várias formas, esses problemas.

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